CENTENÁRIO: TV exibe documentário numa série de homenagens ao paraibano Celso Furtado

CENTENÁRIO: TV exibe documentário numa série de homenagens ao paraibano Celso Furtado

Por Edmilson Pereira - em 4 anos atrás 918

Todo paraibano deveria conhecer Celso Furtado, porque o mundo inteiro conheceu esse estadista que levou a Paraíba e o Brasil ao mundo, estudando e ensinando sobre desenvolvimento social e econômico, deixando um legado atemporal sobre políticas públicas.

Neste domingo (26), celebramos seu Centenário.

Procure saber e conhecer a história de ilustres da nossa terra.

Nascido na cidade de Pombal (PB) Celso Furtado era filho de Maurício Medeiros Furtado e de Maria Alice Monteiro Furtado.
Estudou no Lyceu Paraibano e no Ginásio Pernambucano do Recife.
Muda-se em 1939 para o Rio de Janeiro. No ano seguinte, ingressa na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tendo concluído o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais em 1944, mesmo ano em que foi convocado para integrar a Força Expedicionária Brasileira (FEB), servindo na Itália.

Em 1946 ingressou no curso de doutorado em economia da Universidade de Paris-Sorbonne, concluído em 1948 com uma tese sobre a economia brasileira no período colonial.

Nesta estadia em Paris conheceu sua primeira esposa, a química argentina Lucia Tosi. Retornou ao Brasil, trabalhando no DASP e na Fundação Getúlio Vargas.

Em 1949 mudou-se para Santiago do Chile, onde nasceu seu primeiro filho, Mario Tosi Furtado. No Chile, integrou a recém-criada Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), órgão das Nações Unidas. Sob a direção do economista argentino Raúl Prebisch, a CEPAL se tornaria naquele período um centro de debates sobre os aspectos teóricos e históricos do desenvolvimento.

Retornando ao Brasil, na década de 1950 Furtado presidiu o Grupo Misto CEPAL-BNDES, que elaborou um estudo sobre a economia brasileira que serviria de base para o Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek.

Em 1953 assumiu uma diretoria do BNDE, e no ano seguinte nasceu seu segundo filho, André Tosi Furtado. Mais tarde, é convidado pelo professor Nicholas Kaldor ao King’s College da Universidade de Cambridge, Inglaterra, onde escreveu Formação Econômica do Brasil, clássico da historiografia econômica brasileira, que retrata possibilidades de intervenção racional do Estado no processo de desenvolvimento econômico.

Celso Furtado faz parte dos pensadores brasileiros que consideram o subdesenvolvimento como uma forma de organização social no interior do sistema capitalista, sendo contrário à ideia de que seja uma etapa para o desenvolvimento econômico, como podem sugerir os termos de país “emergente” e “em desenvolvimento”. Na verdade, o subdesenvolvimento é um processo estrutural específico e não uma fase pela qual tenham passado os países hoje considerados desenvolvidos.

Os países subdesenvolvidos tiveram, segundo Furtado, um processo de industrialização indireto, ou seja, como consequência do desenvolvimento dos países industrializados. Este processo histórico específico do Brasil criou uma industrialização dependente dos países já desenvolvidos e, portanto, não poderia jamais ser superado sem uma forte intervenção estatal que redirecionasse o excedente, até então usado para o “consumo conspícuo” das classes altas, para o setor produtivo. Note-se que isto não significava uma transformação do sistema produtivo por completo, mas um redirecionamento da política econômica e social do país que levasse em conta o verdadeiro desenvolvimento social.