Catástrofe climática: Em 5 dias, volume de chuvas em Porto Alegre deve superar média de maio das últimas três décadas

Catástrofe climática: Em 5 dias, volume de chuvas em Porto Alegre deve superar média de maio das últimas três décadas

Por Edmilson Pereira - em 54 segundos atrás 2

As chuvas que chegam a Porto Alegre pelos próximos cinco dias, até domingo (12), devem somar 125 milímetros, superando a média mensal para um mês de maio, de 113 milímetros, registrada desde 1991 a 2020.

A estimativa é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que também afirma que os 12 primeiros dias de maio deste ano devem chegar a quase três vezes a média, com volumes que podem atingir 333,1 milímetros. A média climatológica é contabilizada com dados de 1991 a 2020, sendo registrada em períodos fechados de 30 em 30 anos.

Na capital, a chuva atingiu a marca de 208,1 milímetros na estação do Jardim Botânico, de 1º a 7 de maio.

Em razão dos temporais que ocorrem há uma semana, as principais rotas de acesso e saída estão bloqueadas. A água chegou a invadir a pista do aeroporto Salgado Filho, que está fechado por tempo indeterminado, assim como a Rodoviária de Porto Alegre.

Partes da cidade estão sem água e luz, o que motivou moradores a se deslocar para o Litoral e Interior. Na manhã de terça (7), a estimativa era que 85% da capital estava sem acesso à água em casa.

Frio e temporal no RS

Mesmo com as mortes e dos transtornos causados pelas chuvas na última semana, meteorologistas do estado alertaram para condição de mais temporais e frio no estado, a partir desta quarta-feira (8).

Há expectativa de rajadas de ventos de até 100km/h, segundo a meteorologista da Climatempo Josélia Pegorim.

“A chuva mais volumosa está prevista novamente para o sul gaúcho, onde já choveu muito nesta terça-feira. Pode chover forte em todo o RS nesta quarta. Além da chuva, também pode ventar forte por causa das nuvens carregadas que se espalham pelo estado e de um ciclone extratropical que se forma no mar, entre o Uruguai e a província de Buenos Aires, na Argentina”, afirma.

Em uma manifestação à população e à imprensa, o governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou nesta terça (7) que há possibilidade das chuvas gerarem fortes inundações em regiões que já foram atingidas, especialmente a Serra e o Vale do Taquari.

Cheias

O Guaíba, em Porto Alegre, só deve voltar à cota de inundação (3 metros) em pelo menos 30 dias, de acordo com uma projeção do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS. Atualmente, o nível segue estabilizado em cerca de 5,30 metros.

Nesta terça (7), foi suspenso o transporte por meio de balsas e lanchas entre São José do Norte e Rio Grande, na Região Sul, em razão do aumento do nível Lagoa dos Patos. Por conta disso, não há rotas de acesso à capital, pois o o tráfego pela BR-116 está bloqueado.

As cidades do Vale do Taquari estão irreconhecíveis após os temporais. As localidades foram as primeiras a serem afetadas pelas chuvas, e o Rio Taquari ultrapassou os 30 metros, atingindo uma marca histórica.

Temporais no RS

O último boletim da Defesa Civil divulgado nesta terça-feira (7) aponta que os temporais no estado deixaram 95 mortos, 131 desaparecidos e 372 feridos. Além das mortes confirmadas, quatro óbitos são investigados se têm relação com as chuvas.

São 207,8 mil pessoas fora de casa – 48,8 mil em abrigos e 159 mil desalojadas (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos). Dos 497 municípios do RS, 401 enfrentam problemas relacionados ao temporal, com 1,4 milhão pessoas afetadas.

Além disso, as águas que atingiram especialmente o Norte, a Serra, o Centro e a Região Metropolitana se movem para o Sul, pela Lagoa dos Patos. Os municípios dessa Região têm alerta de perigo extremo de tempestades por conta de um ciclone e uma frente fria que se aproximam.

Fonte: Portal G1/RS

Foto: Agromídia