Projeto do vereador Tanilson Soares institui "Semana de Conscientização sobre Parto Humanizado" em João Pessoa

Projeto do vereador Tanilson Soares institui “Semana de Conscientização sobre Parto Humanizado” em João Pessoa

Por Edmilson Pereira - em 5 anos atrás 1666

Vereador Tanilson

De autoria do vereador Tanilson Soares (PSB), está tramitando na Câmara Municipal de João Pessoa o projeto de lei que institui a Semana de Conscientização sobre Parto Humanizado na capital paraibana. A proposta, segundo o vereador, tem o intuito de dar maior acesso às mulheres sobre seus direitos enquanto gestantes e auxiliar em suas escolhas no momento da gravidez, combatendo assim a violência obstétrica.

Tanilson explicou ainda que a Semana Municipal será no início do mês de maio e constará, dentre outros, de procedimentos informativos, afirmativos, educativos, organizativos, palestras, audiências públicas, exposições, conferências, visitas a fim de que a sociedade em geral, e as mulheres em particular, possam conhecer melhor a questão e debater sobre as políticas públicas e privadas voltadas ao tema.

“Precisamos pensar políticas públicas que caminhem nesse sentido de humanizar nossa saúde. Ainda há muita desinformação sobre o tema e que é preciso levar esse debate para a esfera pública. Nosso objetivo é garantir que todas as gestantes tenham acesso à informação de seus direitos, tenha autonomia para escolher entre fazer o parto normal ou cesárea. Muito além do momento do parto, elas compreenderem e terem autonomia de escolha”, defendeu o parlamentar.

Tanilson lembrou que “pesquisas mostram que, mesmo quando se trata de parto normal, muitos procedimentos adotados são desnecessários e até prejudiciais. No parto humanizado nenhum procedimento é rotineiro. As intervenções são feitas apenas quando realmente necessárias e decididas com critérios rigorosos. A mulher é incentivada a se informar e a fazer suas próprias escolhas e tem que ser respeitada pela equipe de saúde envolvida no pré-natal e no parto”, falou.

Abaixo dados informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS):

Pré-natal:

Normal – Em geral, limita-se a avaliar a saúde física da mulher e do bebê. Aspectos emocionais da gestação ficam em segundo plano. Fala-se pouco de parto.

Humanizado – Avalia a saúde física da mulher, incluindo todos os exames recomendados pela OMS, e também dá grande ênfase ao preparo emocional da mulher para o parto e a maternidade.

Início do trabalho de parto:

Normal – Difícil uma gestação que ultrapasse 40 semanas. Quando atinge esse “limite”, a mulher é internada para a indução do parto com medicamentos ou vai para a cesárea porque “passou da data”.

Humanizado – Costuma ser espontâneo, ainda que o tempo de gestação ultrapasse as 40 semanas (com consultas e exames mais frequentes após 41 semanas).

Ruptura da bolsa:

Normal – Em geral é provocada pelo médico, com uma espécie de agulha, para acelerar o trabalho de parto.
Humanizado – Costuma acontecer naturalmente, de forma espontânea, ao longo do trabalho de parto.

Duração do trabalho de parto:

Normal – É acelerada com ocitocina sintética (hormônio), que intensifica as contrações. Humanizado – Respeita-se o ritmo natural do nascimento, que varia muito de um parto para o outro.

Posição durante o trabalho de parto:

Normal – Deitada na cama, de barriga para cima. Uma cinta presa na barriga da mulher e ligada a um aparelho (cardiotocografia) monitora as contrações e os batimentos cardíacos do bebê.

Humanizado – A mulher tem liberdade para escolher e alternar posições. Pode sentar na bola de parto, deitar na banheira, ficar de quatro sobre cama, acocorar-se nas contrações etc.

Anestesia:

Normal – No atendimento particular, é um procedimento de rotina (para todas as mulheres, ao atingirem um determinado estágio de dilatação). No serviço público, não está disponível tão facilmente.

Humanizado – É uma escolha da mulher, que é incentivada a dar preferência a métodos naturais de alívio da dor, como massagens, banhos mornos e o suporte físico e emocional de uma doula (acompanhante de parto). Quando a mulher decide pelo alívio medicamentoso, é feita uma analgesia, que tira a dor, mas não os movimentos.

Local:

Normal – Hospital (sala de parto ou centro cirúrgico).
Humanizado – Hospital (suíte de parto normal, com chuveiro, banheira e bola de parto), em casa de partos ou em casa (apenas para gestantes de baixo risco).

Episiotomia (corte no períneo):

Normal – Procedimento de rotina, feito em praticamente todos os partos normais.

Humanizado – Realizada raramente, apenas se absolutamente necessário.

Contato com o bebê após o nascimento:

Normal – O cordão umbilical é cortado imediatamente, o bebê é mostrado para a mãe e levado pelo pediatra para uma série de exames e intervenções, como a aspiração das vias aéreas superiores e a aplicação de colírio de nitrato de prata.

Humanizado – Se o bebê nasce bem (o que é o caso da maioria), a prioridade do pediatra é garantir o contato pele a pele do recém-nascido com a mãe. O bebê é apenas enxugado e coberto com panos macios, no colo da mãe. São oferecidas todas as condições para que ocorra a amamentação na primeira hora de vida. A aspiração é feita apenas se for realmente necessário. O cordão é cortado só depois que para de pulsar.

Participação da mulher:

Normal – A gestante tem uma posição passiva diante do processo do parto. É considerada uma “paciente” e, como tal, é esperado que aceite as decisões do médico, que é quem está de fato no comando da situação.

Humanizado – Compartilha a tomada de decisões com a equipe responsável pela assistência ao parto, que pode contar com médico ou parteira (enfermeira obstetra ou obstetriz). No segundo caso, o obstetra fica na retaguarda e é acionado apenas se necessário.