Presidente Temer afirma que não renuncia; áudio sobre Cunha é inconclusivo
Em 7 anos atrás 961
Diante da crise gerada pela gravação de suas conversas com o empresário Joesley Batista, do frigorífico JBS, e de abertura de inquérito em seu nome no Supremo, o presidente Michel Temer (PMDB) afirmou que não renunciará.
“Não renunciarei. Repito: não renunciarei”, disse. “Sei o que fiz e sei a correção dos meus atos”, declarou, em discurso duro. O áudio da conversa em que, segundo a Procuradoria-Geral da República, Temer deu aval a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB) veio a público e é inconclusivo. O sigilo das gravações foi derrubado pelo ministro do STF Edson Fachin.
No trecho, Joesley diz que “zerou tudo”, referindo-se a “pendências” com Cunha. Na sequência, resume o quadro: “O que que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo, ok?”. Nesse momento, Temer concorda: “Tem que manter isso, viu?”. Joesley complementa: “Todo mês”. Outro trecho revela, porém, que o peemedebista tomou conhecimento de plano para interferir em investigação. Ao ouvir a estratégia, Temer respondeu: “Ótimo”.
O executivo disse que estava “dando conta” de dois juízes, os quais não identificou, e que conseguiu colocar um procurador “dentro da força-tarefa” da Operação Greenfield. Ao deixar de informar as autoridades sobre o fato, o presidente cometeu, em tese, o crime de prevaricação. Além de determinar abertura de investigação contra Temer, o Supremo Tribunal Federal decidiu pelo afastamento do senador Aécio Neves (PSDB). Segundo a acusação, o tucano pediu R$ 2 milhões aos donos do frigorífico JBS. Sua irmã, Andrea Neves, foi presa.