Para ganhar terreno no Nordeste, generais do Exército querem que Bolsonaro turbine caminhões-pipa

Para ganhar terreno no Nordeste, generais do Exército querem que Bolsonaro turbine caminhões-pipa

Por Edmilson Pereira - em 5 anos atrás 868

Generais na ativa que colaboram com o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), querem um maior protagonismo das Forças Armadas no Nordeste para tentar aplacar a força eleitoral do PT na região. Esta força ficou demonstrada pela vitória expressiva do presidenciável Fernando Haddad junto ao eleitorado nordestino.

Bolsonaro receberá a proposta de intensificação das ações militares em duas frentes: o abastecimento por meio de carros-pipa em regiões que sofrem com a falta de água e obras da transposição e de revitalização do Rio São Francisco. São iniciativas relacionadas, portanto, ao combate à seca, que tradicionalmente ganham viés eleitoral – agora, inclusive, por uma via institucional.

Haddad venceu no Nordeste no segundo turno, com 68,5% dos votos válidos. O petista foi o mais votado nos nove estados da região e venceu em 98,6% das cidades nordestinas. As urnas em todo o país deram a vitória a Bolsonaro, eleito presidente da República com 55,13% dos votos válidos, ou 57,7 milhões de votos.

Ao longo da disputa, o candidato do PSL adotou como estratégia mirar o voto no Nordeste, inclusive numa tentativa de liquidar a eleição em primeiro turno. Sem êxito, ele prometeu, logo após a votação em primeiro turno, pagar um décimo-terceiro salário aos beneficiários do Bolsa Família.

Nas discussões sobre a transição de governo, militares que fazem a ponte entre as Forças Armadas e o presidente eleito entendem ser necessário ganhar campo no Nordeste, já a partir do início do governo. Para isso, eles preparam dados relacionados à atuação das Forças – especialmente do Exército – na região.

A equipe de Bolsonaro também receberá a sugestão de que o Exército participe mais ativamente das obras de transposição do Rio São Francisco, uma iniciativa dos governos do presidente Lula. Militares executaram trechos da obra, e podem ser alocado em trechos ainda inconclusos.

O mesmo pode ocorrer em relação à revitalização do rio. Segundo fontes do Exército, um projeto de treinamento para saneamento básico no São Francisco, a cargo dos militares, chegou a ser proposto no começo do segundo governo da presidente Dilma Rousseff, mas não foi adiante. A ideia é que o governo Bolsonaro leve o projeto adiante.

Fonte: O Globo