Conta da passagem de ônibus não pode ser custeada somente pelo cidadão, diz Sintur-JP

Conta da passagem de ônibus não pode ser custeada somente pelo cidadão, diz Sintur-JP

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O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros no Município de João Pessoa (Sintur-JP), que representa as empresas de transporte coletivo urbano na capital, vem alertando no decorrer dos meses que o passageiro pagante não pode custear sozinho todos os custos da operação do sistema em João Pessoa.

Com a acentuada queda de passageiros transportados ao longo dos anos – com pico na pandemia – e a paralisação do serviço ocasionada nesse período, as empresas de ônibus coletivo vêm enfrentando inúmeras dificuldades de ordem econômico-financeira devido ao atual modelo adotado em algumas cidades, inclusive João Pessoa.

Segundo dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbano (NTU), após quase três anos desde o início da pandemia, o segmento ainda não recuperou a quantidade de passageiros transportados anteriormente, e talvez não recupere.

A NTU ainda afirma que umas das consequências da pandemia é a imprevisibilidade, que passou a caracterizar a matriz de viagens nos centros urbanos.
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“A intensificação da crise econômica, o aumento do nível de desemprego e a consequente redução do índice de utilização do vale-transporte, a queda da renda do trabalhador, a prática de teletrabalho mais frequente, o uso de serviços de transporte por aplicativos, o comércio online e a intensificação da mobilidade ativa são alguns exemplos que influenciam diretamente o deslocamento das pessoas”, diz um trecho da 4ª edição do boletim “Evolução dos níveis de oferta e demanda” (fevereiro/2020 – novembro/2022), da entidade associativa.

Sintur-JP reforça necessidade de subsídios para equilibrar sistema

Para o Sintur-JP, “a conta não fecha” nem para as operadoras, nem para os passageiros pagantes. Em João Pessoa, o preço atual da passagem é R$ 4,40. Antes da pandemia, o número de passageiros transportados por mês era 5.581 mi (2019). Já a média nos onze primeiros meses de 2022 foi de 4,608 mi .

Com a implementação de subsídios, que são apoios monetários para o desenvolvimento da atividade, seria possível investir num sistema de transporte mais eficiente e benéfico para a sociedade.

“Com um número menor de passageiros para arcar com os custos, o valor unitário a pagar fica maior. É exatamente por isso que, em vários municípios, o poder público já participa de alguma forma, como, por exemplo, com a isenção de impostos e, também, com o aporte de recursos a título de subsídio do valor da tarifa”, esclareceu Isaac Júnior Moreira, diretor-institucional do Sintur-JP.

“Somente com a contribuição do poder público, o sistema de transporte coletivo será economicamente acessível, socialmente justo, e poderá retomar sua capacidade de investimento para proporcionar um serviço de qualidade”, finalizou Isaac Júnior.

Fonte: Paraíba Notícia com Secom-JP