Valter Nogueira

por Valter Nogueira - 4 anos atrás

Política & ética

A política é inerente à atividade humana, mas deve coexistir com a ética. A democracia só tem força e legitimidade quando movida pela efetiva participação do cidadão. Porém, essa participação dever ser exercida de forma proba, a partir de valores básicos voltados ao coletivo, nunca aos interesses de grupos políticos ou, até mesmo, pessoais.

Nesse diapasão, cabe aos detentores de cargos públicos e mandatos eletivos agir com base nos ditames da lei, dentro dos princípios da transparência e honestidade, zelando sempre pelo dinheiro e o patrimônio públicos.

O mais importante é que tais valores não são prerrogativas a serem levadas em conta, apenas, pelos políticos, mas, sobretudo, pelo povo, eleitor e verdadeiro fiscal do dinheiro público. Aliás, o dinheiro é do povo e chega aos cofres públicos a partir dos impostos pagos pelo cidadão. Cabe ao gestor de plantão, apenas, gerir, administrar da melhor forma o erário.

Ao cidadão, cabe agir, a partir de casa, seguindo o conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral previsto nas leis do município, do estado, da região e do país.

Enfim, da sociedade em que o indivíduo está inserido.

O incrível, na atual realidade brasileira, com respingo na Paraíba, é que tais valores éticos parecem ser exercidos às avessas, realidade revelada a partir dos escândalos de corrupção, fatos noticiados na Imprensa nacional que dão conta da formação de organizações criminosas criadas para desviar o dinheiro público.

É inegável que a culpa de tudo isso recai, também, nos ombros de grande parte do eleitor, que muitas vezes vende o voto ou trabalha em favor de políticos corruptos. Segundo pesquisas, muita gente não sabe, ao menos, em quem votou para deputado federal na eleição passado. Isso é incrível!

Todavia, é preciso dizer não à velhas práticas – ainda há tempo. Que estória é essa de que “rouba mas faz’? Ou de que “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.

– E a ética, a moral?

Desviar dinheiro público é retirar o pão da boca dos mais necessitados, é negar ao povo acesso à Saúde e à Educação de qualidades; é negar comida a quem tem fome e água a quem tem sede.

Urge, pois, um levante da sociedade em busca de justiça. É preciso cobrar mecanismos que não apenas punam os corruptos mas, também, e principalmente, que garantam a devolução dos recursos públicos desviados.