Valter Nogueira

por Valter Nogueira - 3 anos atrás

Manifestações esvaziadas

Aconteceu o que era esperado: pequenos grupos de bolsonaristas promoveram manifestações tímidas em algumas capitais do país, nesta quarta-feira (31), para celebrar o golpe militar de 1964. Com roupas em verde e amarelo, os manifestantes pediam a volta da Ditadura Militar (1964-1985), com gritos e frases do tipo: “Intervenção militar com Bolsonaro no poder”.

O fracasso de público nos eventos revela a queda de popularidade do presidente Jair Bolsonaro. E aponta um sinal: o bolsonarismo vem minguando no país, dia a dia.

Em João Pessoa, o ato foi promovido por um pequeno grupo de pessoas. Eles também pediam a volta da Ditadura Militar no Brasil. A manifestação ocorreu na avenida Epitácio Pessoa, na altura do I Grupamento de Engenharia de Construção.

Golpe Militar

Hoje, dia 31 e março de 2021, é lembrado o denominado Golpe de 1964, quando foi instalado no Brasil um regime de exceção, sob o comando de militares das Forças Armadas.

O dia 31 de março de 1964 foi marcado por um conjunto de eventos que culminaram, no dia 1º de abril de 1964, com o encerramento do governo do presidente João Goulart (Jango) – eleito democraticamente.

Fatos históricos

O regime militar enaltecido pelos manifestantes de hoje teve uma estrutura dedicada à tortura, mortes e desaparecimentos. Os números da repressão não são precisos, vez que o regime militar nunca reconheceu tais episódios.

Auditorias da Justiça Militar receberam cerca de 6 mil denúncias de tortura.  Estimativas feitas depois apontam para mais de 20 mil casos.

Vítimas sobreviventes da Ditadura relataram ter sido penduradas em paus de arara, submetidos a choques elétricos, estrangulamento, tentativas de afogamento, golpes com palmatória, socos, pontapés, entre outras agressões.

Em alguns casos, comprovados, inclusive, a sessão de tortura levava à morte.

Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) listou 191 mortes e o desaparecimento de 210 pessoas. Outros 33 desaparecidos tiveram seus corpos localizados posteriormente, num total de 434 pessoas.

Tortura Nunca Mais

A foto que ilustra o artigo diz respeito ao monumento (obra de arte) intitulado “Tortura Nunca Mais”, localizado na cidade do Recife.  Concebido pelo arquiteto piauiense Demétrio Albuquerque, foi o primeiro monumento construído no país em homenagem aos mortos e desaparecidos políticos brasileiros.

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