Valter Nogueira

por Valter Nogueira - 3 anos atrás

Agressão à Arte; o tempo pune os maus gestores

A vaidade do gestor de plantão não pode ser maior que o interesse público. Quando isso ocorre, o tempo se encarrega de punir os maus gestores. O motivo do introito é para expressar indignação ante o desrespeito, talvez, proposital, do ex-prefeito Luciano Cartaxo, cuja gestão jogou na vala do esquecimento a Estação Ciência Cabo Branco.

Mais que uma obra de pedra e cal, a Estação Ciência é uma obra de arte que leva a assinatura do renomado arquiteto Oscar Niemeyer (In Memoriam).

É surreal imaginar o abandono de uma obra do quilate da Estação Ciência, localizada no alto da Barreira do Cabo Branco, próxima a Ponta do Seixas – ponto oriental da Américas.

Não interessa em que governo ou qual administrador conseguiu concretizar a obra de pedra e cal. Mais importante que inaugurar uma obra, é mantê-la viva, funcionando. Depois de inaugurado, um equipamento público, como uma praça, por exemplo, deixa de ter o nome do gestor para ganhar a impressão digital do povo.

E, no caso em questão, trata-se de uma obra que tem alma, local onde ecoa – ou deveria ecoar – o som e as cores das manifestações populares da nossa gente. Difícil entender como o homem – um ser sociável – age de forma tão hostil e selvagem contra uma obra arte.

Em tempo

Em tempo, há de se ressaltar e aplaudir a atitude conjunta do governador do Estado, João Azevedo, e do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, em visitar a Estação Ciência, nesta quarta-feira (27), ocasião em que apontaram caminhos com vista à restauração e revitalização daquele belíssimo equipamento público.

Nunca é demais repetir – penso – , até como forma de restaurar nosso orgulho:

Antes de ser uma obra de pedra e cal, a Estação Ciência Cabo Branco é, na verdade, uma obra de arte. Enfim, trata-se de um sonho, esboço, desenho e projeto que, de repente, foi revelado à luz da existência a partir da genialidade de Niemeyer.