Valter Nogueira

por Valter Nogueira - 3 anos atrás

A ilusão em acreditar em Maquiavel

Em certo momento, o mestre Maquiavel, na célebre obra ‘O Príncipe’, sugere que as pessoas tendem a respeitar aqueles que possam ou tenham o poder de lhes causarem mal. A história prova o contrário, o mal não persevera por muito tempo e, no último capítulo da vida real, tal qual em uma novela, o bem triunfa e o final é triste, para não dizer infernal, para as figuras infames.

O equívoco de acreditar em Maquiavel ocorre porque, primeiro, as pessoas não respeitam os maus. Na verdade, os temem. Em um primeiro momento, é o medo que surge ante os carrascos de plantão, aqueles que, ao assumirem liderança, agem com mão de ferro, com chicote na mão – quando deveriam agir com prudência.

Todavia, o tempo é o senhor da razão e o contra-ataque não tarda, até porque existem pessoas destemidas, verdadeiros heróis que não se calam nem fogem à luta na primeira chicotada. Destes, ressoam o grito de liberdade.

Exigir de subordinados o cumprimento de tarefas, é uma coisa. Isto é, a cobrança e a orientação são ações inerentes à postura de quem exerce chefia, cargo de comando, etc. Porém, outra coisa bem diferente é a arrogância, a intolerância – vírus que, por vezes, infectam o DNA dos falsos líderes.

A história, com apoio da Psicologia, relata que certos “líderes”, ao personificarem o mal, comentem o erro de se julgarem Deuses – ou seria Diabos?

O pior é que, no começo, há uma curva ascendente quanto às ações e atos perpetrados pelos falsos líderes. De forma equivocada, e não percebida à primeira vista, a maldade parece apontar para o caminho certo. E, nessas horas, não faltam os maus conselheiros para aplaudirem os tiranos.

Ocorre que, como os homens não são deuses – embora alguns pensem assim –, a verdade sempre aparece. Em outras palavras, o bem vence o mal, por mais que demore, por incrível que pareça.

Por se acharem deuses, pseudos líderes subestimam os outros, se acham os mais inteligentes, donos da verdade. Resultado: quedam diante dos “fracos”; são derrotados por coisas simples, cometem erros improváveis.

A propósito, há um ditado árabe que diz: “Ninguém tropeça em montanhas”.

Solidão, desconfiança da roupa que veste, medo da própria sombra, noites em claro, sentimento de culpa, inferno astral, e, por vezes, suicídio. É o final – infeliz – dos que atentam contra a liberdade do povo.