IMPOSTO: Ciro Gomes desiste de sua proposta de recriar CPMF, por ter 'distorção grave'

IMPOSTO: Ciro Gomes desiste de sua proposta de recriar CPMF, por ter ‘distorção grave’

Por Edmilson Pereira - em 6 anos atrás 689

Candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes (PDT) afirmou, na manhã desta segunda-feira (24), que desistiu de recriar a CPMF, mesmo em outros moldes, como era estudado por sua campanha. Segundo ele, o imposto sobre movimentação financeira tem “uma distorção muito grave” por incidir em cascata sobre as atividades produtivas.

— A CPMF não é um bom tributo. Ela poderia ser usada, quando comecei a ouvir sugestões, como uma coisa de emergência para tirar o Brasil dessa crise. Mas eu achei outras três saídas que são menos traumáticas e mais eficientes — disse ele, que fez um breve ato de campanha no calçadão de Madureira, área de comércio popular no Rio.

Em vez da volta da CPMF, Ciro disse apostar, para zerar o déficit fiscal, na tributação de lucros e dividendos empresariais que, segundo ele poderia gerar arrecadação de R$ 70 bi; na taxação de heranças a partir de R$ 2 milhões, que poderia render mais R$ 30 bi; e na revisão de desonerações tributárias para multinacionais, que, ainda de acordo com o candidato do PDT, poderia significar entre R$ 70 bi e R$ 80 bi para os cofres públicos.

Em vez da volta da CPMF, Ciro disse apostar, para zerar o déficit fiscal, na tributação de lucros e dividendos empresariais que, segundo ele poderia gerar arrecadação de R$ 70 bi; na taxação de heranças a partir de R$ 2 milhões, que poderia render mais R$ 30 bi; e na revisão de desonerações tributárias para multinacionais, que, ainda de acordo com o candidato do PDT, poderia significar entre R$ 70 bi e R$ 80 bi para os cofres públicos.

O pedetista bateu o martelo contra a recriação de um imposto sobre movimentação financeira após o assunto gerar polêmica na campanha de Jair Bolsonaro (PSL). Paulo Guedes, principal assessor econômico do deputado, foi desautorizado por ele, na semana passada, após defender a volta da CPMF. Bolsonaro afirmou ser contra o aumento da carga tributária.

COMPARAÇÃO DE BOLSONARO A HITLER E DEFESA DE LULA

O pedetista classificou ainda como “mentira” um manifesto que Bolsonaro estaria preparando, no qual pretende fazer um compromisso em defesa da democracia, responder às críticas de racismo e misoginia, e reiterar ao mercado de que trabalhará pelo ajuste fiscal. Ciro voltou a comparar o candidato do PSL com Hitler:

– Quando Hitler viu o erro do golpe que ele tentou, quando saiu da cadeia escreveu um livro e também aceitou, na retórica, a linguagem do Parlamento. Hitler acabou ascendendo ao poder pela linha da democracia fragilizada, porque o Tratado de Versalhes tinha sufocado a Alemanha de um jeito tal que o povo alemão estava muito revoltado. Revolta e ódio sempre foram maus conselheiros em uma hora como essas.

Para tentar tirar a legitimidade do documento que estaria sendo preparado por Bolsonaro, Ciro destacou declarações do deputado “segregando mulheres, negros e populações LGBTI”.

– Ele tem um vice que diz que é profissional da violência. Essa é outra característica do nazifascismo, que fala em Deus toda hora e ao mesmo tempo faz apologia da morte – disse Ciro.

Questionado, Ciro reiterou a relação que fez, no último sábado, entre a entrada de jovens no crime e sexualidade. E defendeu o vocabulário utilizado por estar em uma rádio de favela. Naquela entrevista, o candidato do PDT disse que o ‘fuzil pode ser o pau grande que ele (menino) não tem’.

– Aquilo eu estava falando para a Rádio Favela (Autêntica, de Belo Horizonte) e aí vocês, que são todos muito elegantes, que falam para o baronato, ficam estranhando. Qualquer psiquiatra, qualquer psicólogo, sabe que uma parte importante do apego de jovens a armas tem a ver com sexualidade. Pronto, falei elegante agora.

No ato em Madureira, o candidato do PDT voltou a pedir o voto útil para romper a polarização entre Bolsonaro e Fernando Haddad (PT). Para ele, o povo está pagando por essa “guerra odienta” na política, que começou em 2014, e teria resultado, segundo ele, no alto nível de desemprego e na crise de segurança pública. Ele atacou os dois adversários mais bem posicionados nas pesquisas, mas poupou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

– De um lado um fascista que nunca administrou um pé de bodega, é deputado federal há 28 anos e nunca fez nada pelo Rio de Janeiro. Só trabalhou para si e para seu magote de chupa-sangue, seus familiares, que ele botou na política. De outro lado o PT, que fez muita coisa boa pelo Brasil, mas depois se acostumou com o poder e passou a roubar de forma absolutamente vergonhosa. Se a gente pode ressalvar o Lula, eu mesmo acho que a prisão dele foi injusta, o Palocci é réu confesso.

Redação e Agência Globo