Edmilson Pereira

por Edmilson Pereira - 2 anos atrás

E se o Republicanos indicar o candidato a vice na chapa de Pedro Cunha Lima. Efraim Filho já está na oposição

O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), pode até ganhar a reeleição, ser reeleito, até porque o instituto da reeleição favorece, e muito. Disputar o cargo sentado na cadeira como governador é disparadamente uma vantagem e tanto,  em relação a quem concorre pela oposição, sempre dividida  nessas disputas,  com diversos candidatos.

A estrutura da máquina estatal, com os incontáveis cargos comissionadas, de confiança,  que podem ser nomeados a qualquer tempo, em troca de apoios políticos e votos para o candidato que está no poder lhe dá uma vantagem imensurável em relação aos seus concorrentes.

Nunca se viu na Paraíba um governador tão desarticulado politicamente como tem se revelado o atual governador. Não é preciso se aprofundar muito nessa conclusão, bastando para tanto, observar os apoios e os aliados políticos que João Azevêdo tem perdido, ao longo dos últimos meses, que coincidem com a proximidade do pleito eleitoral. Primeiro, perdeu o seu principal apoiador político, o ex-governador Ricardo Coutinho, que com resistências internas, bancou sua candidatura e o elegeu no primeiro turno das eleições , com com 58,19% dos votos válidos., contra apenas 23,37% dados ao seu adversário, Lucélio Cartaxo.

João Azevêdo teria sido eleto governador se não fosse Ricardo Coutinho ter bancado sua candidatura? Duvido até que tivesse sido candidato. Pois bem, o governador perdeu em seguida a vice-governadora Lígia Feliciano e o esposo dela, o deputado Damião Feliciano, e por tabela o apoio do PDT, partido controlado pelo grupo Feliciano. João perdeu também o apoio de dois senadores da República, Veneziano Vital e Nilda Gondim,  e ainda, Ana Cláudia Vital do Rêgo, ex-secretária de Estado e ex-primeira dama de CG. E mais recentemente. o governador também perdeu o apoio de Efraim Filho, e de todo seu agrupamento político,  deputado federal e pré-candidato a senador da República, que se lançou à disputa pela base aliada, mas nunca recebeu do governador um aceno ou manifestação de apoio a sua postulação.

Pelo mínimo e modesto conhecimento e vivência política que tenho, o fato é que candidato a qualquer cargo eletivo só vence uma disputa se somar votos, o governador João Azevêdo só tem perdido aliados e muitos votos, e pelo que se desenha, corre seríssimos riscos de perder mais ainda e ai ver a vaca ir para o brejo num projeto que deveria ser tranquilo e está já devidamente encaminhado e muito bem pavimentado.

Agora, o governador João Azevêdo tem mais uma bomba acesa, chiando e prestes a explodir no seu colo. A adesão anunciada pelo deputado federal Aguinaldo Ribeiro na quarta-feira (15) e do Progressistas, que além do próprio Aguinaldo, tem ainda o ex-deputado Enivaldo Ribeiro, o vice-prefeito de Campina Grande, Lucas Ribeiro, e mais uma dezena de prefeitos de importantes cidades do Estado, como Cícero Lucena, em João Pessoa, Emerson Panta, em Santa Rita, Luciene de Fofinho, em Bayeux, José Aldemir, em Cajazinhas, e Nobinho, em Esperança, a  adesão condicionada a indicação da vaga de vice na sua chapa abriu uma guerra com o Republicanos, presidido pelo deputado federal Hugo Motta, e nomes como o presidente da Assembleia Legistativa, Adriano Galdino, que reagiram e afirmam que não aceitam a imposição do Progressistas.

Hugo Mota, em nome do Republicano, afirmou em nota na quinta-feira (16) “que não admitirá ser punido por sua lealdade ao Governador João Azevedo, nem tomar conhecimento da formação da chapa pela imprensa, e aguarda, muito em breve, ser chamado para participar das discussões acerca da formação da chapa majoritária ao Governo Estadual.”. Hugo Mota acrescenta ainda, que a opção em votar em Efraim Filho aconteceu quando este era aliado do governador,  e que o partido segue firme no compromisso de votar em Efraim, mesmo ele sendo hoje aliado de Pedro Cunha Lima (PSDB), adversário de João na disputa pela cadeira de governador.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adriano Galdino, nessa sexta-feira (17) reagiu no mesmo tom, “Quem está com o Governador, desde o início, sabe o caminho que foi traçado. Quem está chegando agora, não tem o direito de impor nada”. “Se os nomes deles forem melhores para João, ficaremos felizes; aceitaremos tranquilamente. Mas, é preciso diálogo para isso, em vez de imposição”.

O clima não é de paz na base aliada do governador João Azevêdo, e pela nenhuma habilidade politica até agora demostrada por ele parece, difícil de ser contornada, diante dos diversos  interesses políticos, digamos profissionais e de muita habilidade, que têm Aguinaldo Ribeiro e os comandantes do Republicanos. ,Hugo Motta e o presidente da Assembleia Legislativa Adriano Galdino,   resistem à indicação da vaga de vice posta em pesa pelo Progressistas do grupo Ribeiro.

A pergunta agora é. E se o Republicanos romper com o governador João Azevêdo e indicar o vice de Pedro Cunha Lima, cuja vaga ainda não tem nome escolhido ? A mesma indagação pode ser direcionada a condição do Progressistas, se não conseguir emplacar a vaga de vice na chapa do governador João? Esperemos.

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