
Polícia Federal abre nova fase de operação que apura fraudes no INSS e faz buscas em sindicato ligado a irmão de Lula
Por Edmilson Pereira - Em 2 meses atrás 1155
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (09) mais uma fase da Operação Sem Desconto, que investiga fraudes em descontos em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
A operação foi deflagrada por ordem do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). Estão sendo cumpridos 66 mandados de busca e apreensão em São Paulo (45), Sergipe (12), Amazonas (1), Rio Grande do Norte (1), Santa Catarina (2), Pernambuco (2), Bahia (2) e no Distrito Federal (1).
Um dos endereços onde houve buscas é o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), em São Paulo. O sindicato é ligado a José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O diretor da entidade, Milton Baptista de Souza Filho, também é alvo da operação. A PF fez buscas na casa dele.
Em nota, os advogados do sindicato repudiaram “quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados”.
“A exemplo do procedimento adotado nas demais demandas judiciais, o Sindnapi comprovará a lisura e legalidade de sua atuação, sempre em prol de seus associados, garantindo-lhes a dignidade e respeito que são devidos”, diz a manifestação.
Milton tem um depoimento marcado nesta quinta na CPI do INSS. Ele foi convocado a pedido do senador Rogerio Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado. O ministro Flávio Dino, do STF, permitiu que o sindicalista fique em silêncio na sessão.
Outro alvo da operação é a Amar Brasil, que recebeu cerca de R$ 300 milhões com os descontos. A entidade ainda não se manifestou. O presidente da associação, Américo Monte, também foi convocado para prestar depoimento na CPI.
Essa nova fase da operação mira associações e sindicatos responsáveis por descontos indevidos nas aposentadorias do INSS. São entidades que a PF acredita terem sido usadas para operar o esquema por meio do uso ilegal de dados de aposentados, sem o conhecimento deles.
A Polícia Federal informou que o objetivo das buscas é aprofundar as investigações sobre crimes relacionados às fraudes, como inserção de dados falsos em sistemas oficiais e organização criminosa.
Além disso, os investigadores buscam provas sobre manobras de ocultação e dilapidação patrimonial envolvendo os suspeitos. Houve uma pulverização da maior parte do dinheiro desviado, segundo o inquérito.
Fonte: Estadão
Foto: PF