No ano passado, os pesquisadores alertavam para o risco de o Brasil ter dificuldade de acesso às vacinas, quando as substâncias ainda estavam em desenvolvimento inicial nos principais centros de pesquisa do mundo. E de fato, o alertado ocorreu. Naquela época, prevendo uma saída para que o Brasil não ficasse na dependência de imunizantes feitos por laboratórios internacionais, os pesquisadores da UFMG iniciaram o desenvolvimento de uma tecnologia nacional.
No entanto, em decorrência de a pandemia ter causado a morte de 2,7 milhões de pessoas, há uma corrida mundial pelas doses dos imunizantes, uma das formas de reduzir a gravidade da doença e de uma possível freada na transmissão com o aumento no número de imunizados.
Fases do ensaio clínico
A pesquisadora do CTVacinas lembra que o desenvolvimento de vacinas é um processo demorado. No entanto, os cientistas da UFMG têm obtido resultados promissores nesse desenvolvimento de um imunizante. Santuza explica que os testes em primatas foi uma exigência da Anvisa e devem ter início nos próximos dias. Considerados grupos controle e teste, dez macacos devem passar pelo teste.

Os cientistas do Centro de Tecnologia em Vacinas (CTVacinas), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), deram um passo decisivo para o primeiro imunizante brasileiro contra a COVID-19. Eles devem iniciar os testes com primatas, nos próximos dias, e, se tudo der certo, iniciarão o ensaio clínico, quando o imunizante é testado em humanos. “Estamos preparando a documentação para obter autorização na Anvisa para fazer testes em humanos. Os primeiros testes clínicos. É um processo muito cuidadoso”, afirma a professora Santuza Teixeira, membro da equipe do CTVacinas e professora do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG.