RACISMO AMBIENTAL: A pandemia do novo coronavírus é perversa para negros e índios no Brasil

RACISMO AMBIENTAL: A pandemia do novo coronavírus é perversa para negros e índios no Brasil

Por Edmilson Pereira - em 4 anos atrás 1118

O racismo ambiental se refere à prática de destinar às comunidades e populações negras, indígenas, não-brancas, periféricas e imigrantes os piores efeitos da degradação ambiental. O conceito está relacionado à injustiça ambiental e às perversas desigualdades sociais.

Há muitas situações de racismo ambiental, que ocorre tanto em áreas rurais quanto urbanas. Nas áreas rurais, por exemplo, grandes projetos desenvolvimentistas levaram, historicamente, à subjugação ou expulsão de grupos minoritários de seus próprios territórios.

De um modo geral, os vírus estão ligados à destruição dos habitats, que afeta os animais silvestres. A pandemia do novo coronavírus decorreu desse processo. As populações mais afetadas pela Covid-19 são as que mais se preocupam com a conservação ambiental. Historicamente, as comunidades indígenas têm uma dolorosa memória de dizimação em massa, de seus parentes, por epidemias, transmitidas pela população branca.

O racismo é uma questão central para o problema da pandemia. A Covid-19 é uma doença trazida, em geral, pelos brancos, disseminada, verticalmente, para as classes pobres. As periferias urbanas, áreas onde vive a população negra e pobre, são severamente afetadas. São locais onde os serviços de saúde, esgotamento sanitário, água tratada, oferecidos pelo Estado, não chegam ou são extremamente precários.

São áreas superpovoadas, com residências pequenas, habitadas por várias famílias, o que dificulta prevenir a contaminação da maioria da população. Nesses locais, o risco é muito maior de surtos de contaminação, uma vez que as condições de prevenção e distância física são reduzidas. Como consequência, há uma concentração de casos nos bairros nobres, mas um aumento do número de mortes nas periferias.

O Banco Mundial estima que entre 40 e 60 milhões de pessoas entrem na linha da extrema pobreza (ganhando menos de US $ 1,90 por dia), em 2020, como consequência da Covid-19. Drasticamente, essas populações minoritárias engrossarão as fileiras dessas estatísticas.

Fonte: LETRAS AMBIENTAIS