Presidente da Assembleia do Rio, Picciani se entrega à Polícia Federal

Presidente da Assembleia do Rio, Picciani se entrega à Polícia Federal

Por Wamberto Ferreira - em 6 anos atrás 936

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani, e os deputados Paulo Melo (PMDB) e Edson Albertassi (PMDB) se entregaram na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, na tarde desta quinta-feira (16), após o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) decidir, por unanimidade, acatar o pedido do Ministério Público Federal de suas prisões preventivas.

A Alerj irá analisar, quando for notificada (o que deve ocorrer em até 24 horas), se os deputados permanecerão ou não presos.

Parlamentares aliados de Picciani já articulavam uma forma de evitar a prisão do parlamentar. A estratégia tem como base a decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) que, ao julgar o pedido de prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG) feito pela Procuradoria-Geral da República, decidiu que caberia à Casa à qual pertence o parlamentar a palavra final sobre pedidos de prisão, afastamento do cargo e outras medidas cautelares.

Segundo a Procuradoria Regional da República da 2ª Região, Jorge Picciani, seu antecessor Paulo Melo e o segundo vice-presidente, Edson Albertassi, formam uma organização que vem se estruturando de forma ininterrupta desde a década de 1990. O grupo contaria com a participação ainda do ex-governador Sérgio Cabral, que também foi deputado estadual e já presidiu a Alerj.

Ainda de acordo com a Procuradoria, eles “vêm adotando práticas financeiras clandestinas e sofisticadas para ocultar o produto da corrupção, que incluiu recursos federais e estaduais, além de repasses da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor)”.

Votaram com o relator, desembargador Abel Gomes, os desembargadores Messodi Azulay, Paulo Espírito Santo, Marcelo Granado. O presidente da 1ª Turma, desembargador Ivan Athié, que não seria obrigado a votar, também acompanhou o voto, fechando a questão por unanimidade (5 votos) a favor da prisão e o afastamento dos deputados de seus cargos.