Mais de 135 mil brasileiros podem ter Aids sem saber. O Ministério da Saúde divulgou nessa sexta-feira (29) um novo boletim epidemiológico, mostrando o panorama da doença no Brasil. O evento marca o início de uma campanha que antecipa a passagem do dia mundial de luta contra a Aids que acontece neste domingo (01).

Entre 2014 e 2018 foram evitados 2,5 mil mortes pela doença e nos últimos cinco anos, o número de mortes caiu de 12 mil casos em 2014, para 10,9 mil em 2018. Pelo boletim epidemiológico, cerca de 12 mil casos foram evitados no país, entre 2014 e 2018. Até outubro deste ano, 38 mil pessoas iniciaram o tratamento para HIV.

Em 2018, cerca de 900 mil pessoas estão acometidas pela doença. Entretanto, os dados do Ministério da Saúde estima que 766 mil foram diagnosticadas, 594 mil fazem o tratamento com antirretroviral e 554 mil não transmitem o vírus, pois mantêm a carga viral indetectável. “Fazendo o teste e iniciando o tratamento, a pessoa não transmite mais HIV em 6 meses”, destaca Toni Reis, Presidente da Aliança Nacional LGBTI+

Além disso, no Brasil, o tempo médio para início do tratamento é de 30 dias, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O diagnóstico e o tratamento são feitos pelo SUS. “Todos os medicamentos estão comprados. Temos que tratar para poder zerar a carga viral. Ampliamos os medicamentos também as doenças associadas, como a hepatite”, afirmou Luiz Henrique Mandetta, ministro da saúde.

A transmissão vertical, de mãe para filho, que teve uma grande queda e três cidades brasileiras: Curitiba, Umuarama (PR) e São Paulo a eliminaram completamente. São Paulo é cidade com mais habitantes no mundo a ter esse título, com mais de 12 milhões de pessoas.

“Precisamos promover a testagem. As avós não abrem mão de vacinar os seus filhos, pois as vacinas nos anos 1980 mobilizavam em todos os lugares do país. Hoje são avós e bisavós, que viram como as doenças atingiam seus filhos. Hoje, as pessoas não veem muito e não falam sobre o assunto, precisamos corrigir isso”. Afirma Mandetta.

Panorama no Brasil

Desde 2007 ate junho de 2018 foram notificados mais de 300 mil casos de infecção pelo HIV no país, além dos que já tinham. A região sudeste lidera o ranking: 45,6% dos casos na região. No restante do país, 20,1% dos casos se concentram na região sul; 18,3% na região nordeste; 8,7% na região norte; e 7,3% no centro-oeste.