Juiz da Vara Criminal anula auto de prisão contra advogados paraibanos presos na Central de Polícia, em João Pessoa

Juiz da Vara Criminal anula auto de prisão contra advogados paraibanos presos na Central de Polícia, em João Pessoa

Por Edmilson Pereira - em 3 anos atrás 578

O Juiz da 1ª Vara Criminal de Mangabeira, em João Pessoa, anulou o auto de prisão em flagrante confeccionado contra os advogados presos na Central de Polícia, acusados de terem, supostamente, cometido o crime de desacato contra o delegado de polícia civil.

O juiz Manoel Abrantes considerou que os advogados no e exercício da atividade advocatícia têm imunidade e não podem ser presos em flagrante.

“Como demonstrado pelos advogados dos requerentes e pelo Ministério Público, os crimes que foram atribuídos aos autuados são afiançáveis, o que vedaria a prisão deles em flagrante, conforme dicção do art. 7o, § 3o, da Lei no 8.960/1994 (Estatuto da Advocacia)”, acrescentou a decisão.

Com isso, reforça a tese de abuso de autoridade e excesso dos delegados na lavratura do flagrante e prisão dos advogados.

Decisão Judicial

O Ministério Público se posicionou a favor e juiz decretou nulidade do flagrante dos advogados na Central de Polícia.

Os advogados estavam atuando na defesa das prerrogativas da classe quando foram presos por terem supostamente cometido o crime de desacato.

Um dos advogados transmitia ao vivo em uma live na plataforma Instagram quando foi agredido pelos policiais civis.

O caso tomou repercussão no país inteiro e logo recebeu apoio dos advogados de todos os estados.

A OAB realizou ato de desagravo público em frente a Central de Polícia com a presença do presidente nacional Felipe Santa Cruz.

Agora, com a decretação de nulidade, os delegados e demais policiais civis envolvidos devem responder por crime de abuso de autoridade, já que autuaram em flagrante advogados no exercício da atividade e protegidos por imunidade profissional.

O advogado de um dos advogados presos, Dr Luiz Pereira, falou que o caso é peculiar: “diariamente temos ofensas às prerrogativas dos advogados, mas nenhuma chegou até essa proporção. O caso precisa ser apurado e os culpados punidos exemplarmente”, disse o defensor.

A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraíba, a Associação Brasileira dos Advogados Criminalista e a Associação Nacional dos Advogados Criminalista preparam representações cíveis e criminais contra os policiais que exacerbaram suas funções.

Entre as providências, a classe dos advogados pede o imediato afastamento das funções dos policiais, considerando que dois dos delegados têm diversos afastamento por tratamento psiquiátrico.

MPEPRISOOES