Crime desvendado, Ricardo Pereira mandou matar o tio Expedito Pereira para ficar com o dinheiro do ex-prefeito de Bayeux

Crime desvendado, Ricardo Pereira mandou matar o tio Expedito Pereira para ficar com o dinheiro do ex-prefeito de Bayeux

Por Edmilson Pereira - em 3 anos atrás 986

Ainda de acordo com a delegada, poucos meses antes do crime, Expedito estava se preocupando com as finanças da casa e da família dele e resolveu vender uma granja que tinha na cidade do Conde e uma casa que tinha em Bayeux. A venda foi intermediada por Ricardo.

“Na véspera do crime, Expedito foi contatado por Ricardo que disse que na manhã do dia seguinte teria marcado um encontro, em um bar próximo à casa da vítima, com um vereador eleito de João Pessoa e que era para Expedito levar um currículo da filha para entregar a esse vereador. Tudo isso de forma fictícia. Na manhã do crime, a vítima desceu de casa com o documento e com contas para Ricardo pagar e no meio do caminho foi surpreendido por Leon e morto”, explicou a delegada.

Motivação financeira

A polícia recebeu informações da família de Expedito de que a granja que havia sido vendida por Expedito e intermediada por Ricardo foi no valor de R$ 300 mil. A negociação seria de que R$ 100 mil foi pago à vista e os outros R$ 200 mil teriam sido pagos todo dia 5, em 50 parcelas de R$ 4 mil.

“Após a morte de Dr. Expedito, a viúva e a filha caçula receberam a visita do sobrinho, Ricardo, e ele disse a elas que ajustassem as contas porque o valor de R$ 4 mil que iam receber todos os meses até completar os R$ 200 mil não iriam receber mais, porque Expedito, antes de morrer, teria autorizado Ricardo a fazer uma negociação com o valor”, comentou a delegada.

Sobrinho de Expedito Pereira é visto se encontrando com um dos suspeitos 20 minutos após o crime — Foto: Sílvia Torres/TV Cabo Branco

Sobrinho de Expedito Pereira é visto se encontrando com um dos suspeitos 20 minutos após o crime

Suspeitos trabalharam juntos

O delegado Victor Melo, que também integra a equipe de investigadores,  explicou na coletiva que Gean, Ricardo e Leon trabalharam juntos no crime. “Ricardo e Gean já trabalhavam juntos a mais tempo, mas Leon se juntou aos dois para trabalhar na campanha eleitoral de Ricardo como candidato a vereador, este ano, e ficou trabalhando com ele depois”, disse Victor.

Segundo o delegado, Ricardo teria alugado um carro que foi usado pelos dois suspeitos para pegar a moto utilizada no crime e fugir em seguida. “Descobrimos que este carro foi usado pela dupla para, depois de devolver a moto ao dono, fugir para o Rio Grande do Norte. Ao investigar o carro, descobrimos que estava no nome de Ricardo”, explicou o delegado.

Victor Melo explicou ainda que, no dia do homicídio, cerca de 20 minutos depois do crime, Gean e Ricardo foram vistos juntos em um prédio no Centro de João Pessoa. Gean encontra-se foragido da Justiça e a polícia ainda busca encontrar a arma utilizada no homicídio.

Na casa dos investigados, a polícia apreendeu documentos, cadernos e anotações. Um cheque de R$ 12 mil, assinado por Expedito, mas que a família não reconhece a assinatura, foi achado na casa de um dos suspeitos.

Na casa de Ricardo a polícia encontrou um coldre de uma arma, o certificado de propriedade de uma pistola e comprovantes fiscais de compras recentes de munição.

Gean Nascimento, um dos suspeitos da morte de Expedito Pereira, está foragido da Justiça — Foto: Sílvia Torres/TV Cabo Branco

Gean Nascimento, um dos suspeitos da morte de Expedito Pereira

 

 

A moto usada no crime foi apreendida pela polícia assim como a camisa utilizada pelo executor. Com base em imagens de câmera de segurança de antes, durante e depois do homicídio, a polícia achou o local em que a camisa foi descartada. “É possível ver o Leon se desfazendo da roupa. Pesquisamos as redes sociais dele, que são abertas, e encontramos várias fotos, desde novembro do ano passado, em que ele está usando a mesma camisa”, completou Victor Melo.

O caso corre em segredo de Justiça e, segundo a Polícia Civil, um dos investigados se reuniu com a polícia e com o Ministério Público da Paraíba para fechar um acordo de colaboração premiada.