Com eficácia baixa em relação as demais concorrentes, doses da Coronavac devem ter maior intervalo, projeta Natalia Pasternak

Com eficácia baixa em relação as demais concorrentes, doses da Coronavac devem ter maior intervalo, projeta Natalia Pasternak

Por Edmilson Pereira - em 3 anos atrás 463

A microbiologista Natalia Pasternak comentou os resultados  divulgados nesse sábado (11) por jornais internacionais, o britânico Financial Times, o americano  Global Times, Folha de São Paulo, entre outros , que indicam a maior eficácia da Coronavac com um maior intervalo de aplicação entre a primeira e a segunda dose. A vacina tem eficácia primária de 50,7% — chegando a 62,3% com intervalos maiores entre as doses — e proteção contra todas as variantes.

Dados do Chile apontam que a Coronavac teve uma eficácia de 56,5% duas semanas depois da segunda dose, mas de apenas 3% depois da primeira dose.

“O espaçamento maior entre doses de 28 dias aumenta a eficácia da vacina, de 50% para 60% aproximadamente. Isso já era esperado pela comunidade científica, porém usaram inicialmente o prazo de 14 dias para acelerar os estudos”, comentou Pasternak. “Deve haver mudança de diretriz para o espaçamento entre a primeira e segunda dose. Isso não quer dizer que não vamos precisar da segunda dose”, acrescentou.

A microbiologista também afirmou que o momento não é de flexibilização das regras de distanciamento social, como ocorre no Rio de Janeiro. “Não devemos flexibilizar no momento. Uma quarentena mal feita é pior que uma quarentena forte no começo. Como não tivemos coragem de implementar quarentena rígida, as pessoas ficam mais cansadas, então a adesão fica mais difícil,” disse a cientista.

“Um lockdown bem feito precisa de um bom planejamento e seria mais efetivo se viesse do governo federal. Mas enquanto defendem o anti-lockdown como política de estado, vamos continuar nessa quarentena meia boca e isso desacredita o mérito da medida.”