Com críticas às mudanças no Código de Trânsito Brasileiro, audiência pública encerra o "Maio Amarelo" na AL-PB

Com críticas às mudanças no Código de Trânsito Brasileiro, audiência pública encerra o “Maio Amarelo” na AL-PB

Por Edmilson Pereira - em 5 anos atrás 725

O movimento do Maio Amarelo foi tema de uma audiência presidida pelo deputado estadual Jeová Campos (PSB), nessa segunda-feira (10), na Assembleia Legislativa da Paraíba. Com diversas autoridades ligadas ao trânsito nas esferas nacional, estadual e municipal, o evento teve como objetivo encerrar a campanha e envolver a sociedade no sentido de pensar novas ações para reduzir a mortalidade no trânsito.

Questões como as mudanças propostas pelo Governo Federal, através do Lei (PL 3267/19), foi bastante debatido, tendo gerado, inclusive, a necessidade de envio de uma carta aos senadores e deputados federais quanto à posição das diversas entidades que são contra essas alterações no Código de Trânsito Brasileiro – CTB.

O deputado Jeová Campos, que propôs a audiência junto com o deputado Cabo Gilberto Silva (PSL), afirmou que atividades como o Maio Amarelo são imprescindíveis para a educação no trânsito e elas devem continuar sempre. Além disso, o parlamentar também aproveitou a oportunidade e chamou de “insanidade” o que trata o Projeto de Lei 3267/19, que retira a obrigatoriedade do exame toxicológico para motoristas profissionais, amplia de cinco para 10 anos a validade da CNH, aumenta de 20 para 40 pontos o limite para a suspensão da carteira e retira a obrigatoriedade de cadeirinhas para o transporte de crianças nos veículos. “Não vamos concordar com esses pontos. Vamos enviar uma carta enumerando todas essas questões para nossa bancada federal”, comentou Jeová, ao final do debate, destacando que o trânsito causa quase 60 mil mortes ao ano no Brasil.

“É um retrocesso no nosso Código de Transito Brasileiro, uma insanidade. São quase 60 mil mortes no trânsito. E, como se não bastasse isso, o Governo ainda vem com a retirada de obrigatoriedades relacionadas à segurança no trânsito e ainda quer estimular o uso de armas para atender a empresas como a Taurus. A gente não precisa de outra guerra”, arrematou o parlamentar.

Segundo a representante do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), idealizadores da campanha do Maio Amarelo, Abimadabe Vieira, a mortalidade no trânsito deve ser encarada como uma epidemia. “Estamos vivendo uma epidemia. Matávamos 1,25 mil pessoas no trânsito. Segundo a ONU e o Observatório Nacional, isso aumentou para 1,35 milhão de pessoas. O Brasil vem matando, a cada 15 minutos, um cidadão ou cidadã no trânsito e, a cada minuto, uma pessoa fica com uma sequela irreparável”, explicou Abimadabe, frisando também que o órgão tem lutado contra o PL do Governo Federal.