Valter Nogueira

por Valter Nogueira - 5 anos atrás

Sede da ALPB precisa permanecer no Centro

A área central da cidade de João Pessoa assiste, sem muita capacidade de reação, ao esvaziamento comercial, empresarial e, há muito, residencial. Ficou difícil competir com o canto da sereia, com os encantos e atrativos da Orla Marítima da Capital. Hoje em dia, o que movimenta o comércio local é a presença de servidores públicos, que trabalham em instituições que, ainda, permanecem no Centro, a exemplo do Tribunal de Justiça, do Ministério Público e da Assembleia Legislativa da Paraíba.

Há de se registrar, também, que o Centro recebe, diariamente, um afluxo de pessoas advindas dos municípios da região metropolitana, principalmente das cidades de Santa Rita, Bayeux e Cabedelo. Esse público é atraído, talvez, pelos preços mais em conta verificados nas casas comerciais do local.

Nesse diapasão, parece inoportuno retomar o debate que visa tirar da área central da Capital a sede do Parlamento Estadual, A Casa Epitácio Pessoa faz parte da paisagem e do cenário urbano do Centro, ou melhor, da praça João Pessoa – popularmente denominada ‘Praça dos Três Poderes’.

É inegável que o atual prédio ficou pequeno ante o crescimento populacional e político do Estado da Paraíba, o que reflete diretamente no Poder Legislativo. Reformado na década de 1970 para abrigar a sede do Legislativo estadual, o prédio, da forma em que se encontra, não atende a atual demanda do Poder; hoje tem mais deputados, mais servidores e mais serviços ofertados à população, realidade que exige mais espaços. Porém, deve existir outra saída além da que propõe a atual presidência da Casa, a saber, construir uma nova sede em local fora do Centro.

A título de sugestão, o governo pode desapropriar prédios comerciais localizados por trás da Casa de Epitácio Pessoa, entre a Praça 1817 e a Avenida Duque de Caxias, como forma de ofertar ao Legislativo uma área para que o Poder possa construir um novo prédio anexo, este sim capaz de abrigar gabinetes de deputados e, também, um plenário digno da atual realidade política do Estado. É preciso formatar um projeto capaz de acomodar, de forma confortável, os parlamentares, ao tempo de receber bem o público.

Revitalizar – A propósito, e em respeito à história da cidade, é recomendável não apenas restaurar, mas sim revitalizar o Centro da nossa querida Felipéia de Nossa Senhora das Neves. Afinal, a cidade nasceu às margens do Rio Paraíba e, em seguida, se estabeleceu no que hoje é denominado de ‘Área Central’ e ‘Centro Histórico’.

Revitalizar é mais do que restaurar prédios. Revitalizar é dar vida, é manter vivo um logradouro. No caso em questão, é manter pulsando o coração da cidade, isso com a presença de casas comercias e de repartições públicas. E, o que é mais importante, garantir a presença de pessoas residentes na área.