Valter Nogueira

por Valter Nogueira - 4 anos atrás

Limpeza ética ou freio de arrumação

O governador João Azevedo precisa, pode e deve, com urgência, promover uma limpeza ética no governo, afastando auxiliares citados ou em via de investigação pela denominada Operação Calvário. Algo como que um ‘freio de arrumação’.

A expressão popular refere-se, por assim dizer, a uma freada, de repente, para organizar ou acomodar melhor a carga pensa ou mal arrumada na carroceria de um caminhão, sob pena de perder tudo. No ônibus, é uma freada brusca para organizar, via empurrões involuntários, quem está dentro do veículo.

Ao que tudo indica a ex-secretário Livânia Farias – primeira personagem desse processo criminal – parece ser, apenas, a ponta do iceberg de um esquema que desviou milhões dos cofres públicos do Estado da Paraíba. Isto é, a cada etapa da Operação, um secretário é preso. Desta vez, prisão de Ivan Burity, secretário executivo de Turismo, e de Eduardo Simões Coutinho, diretor administrativo do Hospital Geral de Mamanguape.

A Operação, agora na quinta fase, também tem como alvo o secretário de Educação e da Ciência e Tecnologia, Aléssio Trindade de Barros, e do ex-executivo da pasta, José Arthur Viana Teixeira de Araújo. Ambos foram alvos de mandados de busca e apreensão. Eles são investigados por suspeitas de inexigibilidade de licitações nos contratos apurados pelo Ministério Publico do Estgado.

A propósito, e de forma pertinente, o líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa, deputado Raniery Paulino (MDB), chegou a sugerir que o governo João Azevêdo (PSB) “se limpe”, uma referência a retirada de auxiliares da antiga gestão que têm os nomes envolvidos nos escândalos.

Paulino, falando em nome da bancada, lembrou que é deputado e, como tal, cumpre papel de fiscalizar o poder executivo, o que o permite, também, no atual momento de crise, dar conselhos ou sugestões.

Ao falar sobre o conceito de que ‘o governo girassol’ fez muito pelo Estado, Raniery enfatizou, porém, que o fato de fazer muito não dá o direito de fazer tudo. De forma contrária, lembrou que o projeto coletivo, marca registrada do ex-governador Ricardo Coutinho, hoje não rima apenas com trabalho, mas também com corrupção.