Valter Nogueira

por Valter Nogueira - 4 anos atrás

Isolamento social, que tristeza!

O rush no trânsito no horário de pico, o frenético vai e vem das pessoas nas ruas! Por incrível que pareça, essa é a rotina de quem vive na cidade. E, o pior – ou melhor –, é que o cidadão não consegue viver muito tempo longe dessa parafernália, própria do ambiente urbano. Isto é, é difícil imaginar a vida sem a correria do dia a dia; parece absurdo, mas é a pura verdade.

Essa é a rotina viva de quem vive na cidade, e não o isolamento social.

É inegável que o momento exige tal medida, e cabe a nós outros, cidadãos, compreender e colaborar com o excepcional momento de crise, uma ameaça à saúde mundial, provocada pela pandemia do coronavírus. Todavia, ficar confinado em casa, aprisionado no lar por força de uma medida – necessária, repito – , não combina com a dinâmica do executivo, do trabalhador, do professor, do estudante e, hoje em dia, até mesmo da pessoa aposentada e da dona de casa.

É bem verdade que, hoje, temos o computador em casa, a internet e demais facilidades do mundo virtual. Mas isso não é o bastante!
Sentimos falta do olá do vizinho; do abraço do amigo (a), do papo em dia nas esquinas, das divergências do colega de trabalho, do encontro casual na feira livre ou no supermercado, e por aí vai…

É melancólico ver ruas vazias, calçadões sem transeuntes, lojas sem clientes. E o que dizer de uma partida de futebol em um estádio sem torcida?

Como bem disse o técnico de futebol Pep Guardiola, “jogo de futebol sem torcida é como peça de teatro sem plateia”.

A escritora cearense Rachel de Queiroz, em um trecho de uma de suas memoráveis crônicas, intitulada ‘Crônica dos dias grandes’, vaticina: “Resumindo: mutatis mutantis, somos bichos de rebanho. Queremos companhia, a todo tempo.”

Rogamos a Deus que esse pesadelo denominado coronavírus passe logo, sob pena de outra pandemia, o tédio, atingir vorazmente o ser humano, dessa vez na alma, no coração.