Valter Nogueira

por Valter Nogueira - 4 anos atrás

Dólar em alta – cuidado!

O dólar está em alta no mercado brasileiro, mas pode ser uma bolha a estourar em breve. Por ser, ainda, uma moeda valorizada do mercado global, muita gente fora dos Estados Unidos passou a comprar dólar para guardar em casa, como que reservas seguras ante as instabilidades econômicas em seus países. Nesse caso, o dólar deixa de ser dinheiro e passa a ser mercadoria de alto valor.

Mas, se, de repente, há uma crise nos Estados Unidos, e todo mundo precisar vender os dólares que guardam em casa? O primeiro cenário à vista seria, inevitavelmente, a oferta superior à demanda.

Esse quadro já foi visto pelos brasileiros, em 1990, quando o governo do presidente Fernando Collor de Melo zerou o câmbio e congelou, nas contas bancárias, parte do dinheiro dos cidadãos. À época, a paridade entre as moedas ficou de um para um. Isto é, um cruzeiro valia um dólar.

Queda livre

Antes do plano Collor, o dólar voava em céu de brigadeiro, estava nas alturas.  Mas, de um dia para o outro, a coisa mudou: um dólar passou a valer um cruzeiro. E a coisa ficou pior, a moeda americana baixou ainda mais.

Sem dinheiro no bolso, devido ao congelamento, muita gente foi obrigada a lançar mão dos dólares que guardava; precisavam vendê-los para honrar compromissos. Porém, não encontravam compradores.

O cidadão saia às ruas para vender os seus dólares, mas só encontrava pessoas na mesma situação; querendo também vender a moeda americana. E quando isso acontece, quanto vale essa mercadoria? Nada, ou quase nada.

À época, a moeda brasileira nunca foi tão valorizada! A lição que fica é a seguinte: quando um produto está em alta, é recomendável dar um tempo, não sair às pressas à procura dele – o preço pode cair, adiante.

Economia & Atitude

A economia tem suas nuances, mas, ao final, é a atitude do povo que determina as altas e baixas nos preços dos produtos, o que influi nos ciclos econômicos. Não é preciso ser nenhum expert no assunto para saber, ao menos desconfiar, que a lei da oferta e da demanda (procura) é a força reguladora do mercado.

O protesto pacífico – e não outro – será sempre o melhor remédio para derrubar a alta de preços.

A redução do consumo, por exemplo, é um modo de protestar pacificamente; compre apenas o essencial. Na feira livre, se a oferta de frutas for maior do que a procura, ou se, por algum motivo, diminuir o número de fregueses no mercado, o vendedor terá que baixar o preço de seus produtos, sob pena de perder tudo.

O inverso é verdadeiro. Ou seja, se muita gente corre atrás de um produto, este alcançará alto valor.