Baixa adesão; Enem 2019 tem a menor taxa de inscritos desde 2010

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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) teve 5.095.308 inscrições confirmadas em 2019, menor taxa registrada desde 2010, quando 4,62 milhões de pessoas se inscreveram. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o balanço divulgado nessa terça-feira (28) considera o total de isentos e de pessoas que pagaram o boleto.

O documento ainda mostra a relação entre as inscrições realizadas e aquelas que foram efetivadas. Este ano, o exame teve o maior número de inscrições não confirmadas desde 2015.

Segundo o professor de políticas públicas da Universidade de Brasília Remi Castioni a queda de inscritos é consequência de diversos fatores, mas o principal deles seria a reabertura do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). “Muitas pessoas recorriam ao Enem para conseguir o certificado do ensino médio. Com a volta do Encceja, esses participantes não precisam mais se inscrever no Enem”, afirma.

Outro fator que influenciou o número de participantes no exame, de acordo com Remi, é o aumento da concorrência para as vagas nas universidades e das notas de corte. “As médias de cortes estão bem altas e a concorrência também. Isso pode desmotivar os alunos que não fizeram o ensino médio da forma que desejavam, pois eles acabam achando que não vão conseguir passar”, diz. Entretanto, ele ressalta que essa não é a melhor escolha. “Como professor acredito que os alunos devem perseguir essa possibilidade. A prova é só no fim do ano, dá para estudar e se concentrar com tempo”, completa.

Perfil dos participantes

A maioria dos inscritos no Enem 2019 é mulher (59,5%), pessoas pardas (46,4) e que já concluíram o ensino médio (58,7), além de serem mais velhos, com idades entre 21 e 30 anos (26,7%). Segundo Eli Guimarães, supervisor pedagógico do Centro Educacional Sigma, esses dados não surpreendem. “Há uma tendência mundial de mulheres que buscam ingressar no ensino superior mais que os homens”, diz.

Em relação a idade dos participantes, Eli afirma que a melhor explicação é transição entre cursos e universidades. “Algumas pessoas têm a pretensão de mudar de curso ou fazer uma segunda graduação. Então, tentam o Enem para alcançar esses objetivos”, explica. “Como a concorrência para alguns cursos é muito alta, existem pessoas que passam anos tentando entrar, isso também pode ser uma explicação”, esclarece.