PR - LAVA JATO/JOÃO VACCARI NETO - POLÍTICA - O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, comparece ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar exame     de corpo delito em Curitiba (PR), nesta quarta-feira, 15. A Polícia Federal prendeu, nesta quarta-    feira, 15, João Vaccari Neto, a mulher dele e cumpre mandado também contra a cunhada do petista por     envolvimento com o esquema da Operação Lava Jato. Vaccari é acusado de receber para o PT um porcentual     da diretoria de Serviços da Petrobras na época em que era comandada por Renato Duque.      15/04/2015 - Foto: GERALDO BUBNIAK/AGB/PAGOS

Após 2 anos preso pela PF, ex-tesoureiro do PT, João Vaccari pode ser solto na próxima semana

Por Edmilson Pereira - em 6 anos atrás 1041

Foto: GERALDO BUBNIAK/AGB/PAGOS

Preso pela Polícia Federal e recolhido no Paraná desde abril de 2015, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto nunca esteve tão perto de conseguir sua liberdade. Depois de duas absolvições no Tribunal Federal da 4ª Região (TRF-4), que reviu as condenações do juiz Sergio Moro, o petista aguarda o julgamento do caso com o único pedido de prisão que o mantém atrás das grades, marcado para 7 de novembro.

Nesta data, a corte vai julgar a apelação do petista na investigação que o condenou a 10 anos em regime fechado por corrupção no esquema de desvios da Petrobras que abasteceu campanhas eleitorais do PT. Se conseguir a vitória, a determinação da prisão é suspensa e Vaccari poderá responder às ações em liberdade.

Em junho, o petista conseguiu reverter no TRF-4 sua condenação de 15 anos e três meses por lavagem de dinheiro determinada pelo juiz de Curitiba e com ela o outro pedido de prisão que mantinha Vaccari na cadeia. Por dois votos a um, prevaleceu o entendimento do revisor da apelação, Leandro Paulsen, que contrariou o relator João Pedro Gebran Neto e entendeu que a sentença se baseou apenas nas declarações de delações premiadas.

Em setembro, Vaccari teve nova absolvição, desta vez na ação em que era acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ter atuado no repasse de propinas derivadas de contratos da Petrobras. Ele havia sido condenado a nove anos de reclusão, mas não existia determinação de prisão expedida por Moro. Neste caso, o motivo alegado pelos desembargadores foi o mesmo do anterior, entenderam que não havia provas de corroboração das delações e que elas não contemplavam o episódio narrado na denúncia.

“Qualquer uma das prisões cautelares eram desnecessárias. Uma já foi derrubada e se conseguirmos fazer com que a segunda caia Vaccari responderá em liberdade, como é a regra do nosso sistema”, disse o advogado do petista Luis Flávio Borges D’Urso.

Vaccari tem 11 processos na Lava Jato e condenações somando quase cinquenta anos de prisão. Com a revisão de dois processos pelo TRF-4, a soma das penas foi reduzida em 24 anos. Também há ações envolvendo o petista que ainda esperam julgamento na primeira instância.

ROTINA
Nesta segunda-feira, quando completa 59 anos, Vaccari passará o terceiro aniversário na cadeia. Para atenuar a pena em caso de confirmação das sentenças proferidas por Moro, o ex-tesoureiro tem trabalhado em atividades como a limpeza de áreas comuns do Complexo-Médico Penal (CMP), presídio na região metropolitana de Curitiba, onde está detido.

Também fez as provas do Enem, além de leituras e redação de resenhas de clássicos. Para cada livro, ele consegue a remição de quatro dias de pena, porém há um número máximo de leituras que podem ser realizadas por mês. Vaccari também recebe quase que diariamente visitas de emissários do PT e de sua defesa.

Redação e O Globo